Até os gênios têm seus mestres. Este filme mostra quando o gênios escrevem e outro edita
“Editores deviam ser anônimos. Mais que isso. Vivo com medo de ter deformado seu livro. Quem garante que ele não devia ser do jeito que o trouxe aqui a primeira vez? ‘Guerra e Paz’, não somente ‘Guerra’. Eis por que nós, editores, perdemos o sono. Estamos mesmo melhorando os livros ou só os deixando diferentes?”*
A confissão dessa dúvida do editor Max Perkins, interpretado por Colin Firth no filme Genius (O mestre dos gênios, 2016) acontece quando ele recebe do escritor Thomas Wolfe (Jude Law) os originais já trabalhados (e muito!) do romance Of time and the river (Charles Scribner’s Son, 1935).
O filme é baseado na biografia Max Perkins: um editor de gênios, de A. Scott Berg, publicada em 2014 pela Intrínseca (com tradução de Regina Lyra). Ele lidou com escritores como Ernest Hemingway e Scott Fitzgerald, além de Wolfe. Quem já viu ou vai assistir, diga lá se a edição de um texto literário está romantizada demais ou, pelo contrário, é mais uma aula de como se deve fazer.
*Tradução livre