Érico Assis entrevista Cassius Medauar em episódio do podcast Notas dos Tradutores
Cassius Medauar é o entrevistado especial no episódio 4 da terceira temporada do podcast Notas dos Tradutores, com o trio Érico Assis, Carlos Henrique Rutz e Mario Luiz Barroso. Gerente editorial da Conrad, editora especializada em Histórias em Quadrinhos, Cassius é editor e tradutor, tanto de quadrinhos quanto de livros de ficção e não ficção, além de ser professor na LabPub dos cursos FORMAÇÃO DE TRADUTOR DE LIVROS e FORMAÇÃO DE EDITOR DE HQ, ambos em parceria com Guilherme Kroll.
O programa é um ótimo papo de 55 minutos e abre uma série que vai entrevistar editores. Pode chamar de aula magna de tradução, já que entre os entrevistadores estava outro professor da LabPub, o tradutor Érico Assis, do CURSO PRÁTICO DE TRADUÇÃO DE LIVROS INGLÊS-PORTUGUÊS e TRADUÇÃO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS – CURSO PRÁTICO – INGLÊS-PORTUGUÊS (curso novo, que começa em julho de 2022).
“O que é uma tradução boa e o que é uma tradução ruim?”, foi uma das primeiras perguntas do Érico para Cassius. “São perguntas fáceis que vocês vão fazer, né?”, respondeu o entrevistado, rindo.
Segundo ele, uma tradução boa é a que não tem erros graves. “Um errinho ou outro é normal que apareça”. Para ele, provavelmente é melhor um tradutor saber muito bem o português do que conhecer excepcionalmente a língua de partida. E contou curiosas vivências de tradução do japonês, com que tem familiaridade por causa das edições de mangás que já publicou.
Por exemplo, descobriu que na tradução da série Star Wars no Japão, o personagem Yoda perde a característica de sua fala, de estrutura gramatical incomum para as línguas ocidentais. Isso porque justamente se assemelha à estrutura da língua japonesa.
Érico Assis então perguntou a Medauar se ele achava um erro de tradução no Japão que Yoda não falasse de modo diferente, marcante. Mas essa resposta você vai ter de ouvir no episódio (a gente não pode contar tudo, né?).
Cultura geral
Por fim, um dos recados essenciais que o entrevistado deixou para tradutores: Cultura geral é fundamental. Ler qualquer tipo de coisa, sempre: jornais, revistas, estudos, teatro, filmes, séries, livros. “Quanto mais cultura geral, mais você vai ter recursos para resolver as ‘pegadinhas’ dos textos”. E lembrou do companheiro professor Guilherme Kroll, quando impediu um engano em uma tradução de “best Joe of the city”, que ia sendo publicado como “melhor Joe da cidade”. Na verdade Joe, nesse caso, significa café. “A cultura geral aumenta seu desconfiômetro”, completou Medauar.