O pequeno infinito das páginas, de Mimi Suzano (na Bienal do Livro do Rio)
Foi na Casa de Escritora que eu relatei para a Tammy Luciano — faz bienais desde 2005 — que também estaria na Bienal do livro do Rio de Janeiro. Estávamos nos estandes, entre uma negociação e outra, eu em busca de editoras e agentes interessadas em novos autores, Tammy pronta para mais uma reunião com sua agente literária, que recebemos o convite para o After no Lagune Barra Hotel, os influenciadores bombados também estariam por lá. Expliquei minhas negociações — depois de quatro anos escrevendo meu primeiro livro — para o querido Rodrigo Roque e todo o pessoal da internet, e contei as novidades, viajava de primeira classe pela primeira vez no mundo editorial, surpreso até com os convites para as festas após dias de muita correria nos corredores da Bienal do livro. Tammy e Chris Melo, amigas autoras, comentaram que eu conhecia o famoso infinito das páginas.
Meu primeiro encontro na Bienal do livro do Rio de Janeiro foi com uma desconhecida. Ela me perguntou o que estava achando da feira, e elogiou minhas roupas, que equivale uma foto e uma nova seguidora nas redes sociais. Depois, virou tendência, uma espécie de infinito e belo déjà vu com os leitores. Pelo que me lembro me pararam seis vezes nos estandes, incluindo duas câmeras da Imprensa. Mesmo depois de anos trabalhando com teatro, dando vida ao Carlos Azevedo na telenovela Tempo de Amar nos Estúdios Globo, jogando basquete pelo Clube Regatas do Flamengo, posando para revista Vogue, é diferente para mim. Foi assim meu primeiro dia, que deu o norte de todos os outros dias.
A Bienal, claro, estava belíssima. Múltiplas entradas, uma grande área de circulação. Apresentações nos corredores, com danças em estandes (eles dançavam Tango), jovens fantasiados. Muitos expositores, palestras em quatro grandes áreas, simultaneamente. Uma centena de pessoas trabalhando na organização. Que privilégio (meu, claro) abraçar a autora Natalia Timerman do Copo Vazio, copo mais cheio que nunca. A Andrea del Fuego do aclamado A Pediatra, que não nos deixa apagar o pavio que fumega, o fogo pega. Meu irmão literário, Carlos Eduardo Pereira, sempre com uma energia absurda. A Vanessa Passos e a Bruna Beber, minhas eternas mestras. O Francisco Azevedo e o Maurício Gomyde, ambos autores que seguirei admirando bem de perto. Marina Hadlich, Sara Gusella, Letícia Maia, Flavia Kaiser e Dani Costa Russo, autoras que davam o sangue pelos corredores do evento. Ah, Conceição Evaristo, que vigor e simplicidade, pura ancestralidade, desde às 14h autografando, eu somente conseguir me aproximar às 20h no Café Literário. Consegui o meu autógrafo, claro. Encontrei todos os profissionais do livro com quem havia combinado. Voltava para Casa de Escritora exultante. Eu, bem pequeno, nesse grande infinito das páginas.
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Mimi Suzano cursa a Turma 1 da Pós-Graduação em Escrita Criativa e Carreira Literária na LabPub. Muito gentilmente, ele enviou fotos e escreveu esta crônica para o blog da LabPub. Muito obrigado!