O mercado editorial para historiadores – Parte II
Não exclusivo para formados em Letras, Editoração ou Jornalismo, o Mercado Editorial é muito comumente habitado por historiadores. Luara França e Daniel Lameira comentam.
Em outro post (que pode ser lido aqui), profissionais bem sucedidos no meio editorial como Mariana Rolier (Storytel), Gustavo Henrique Tuna (Global Editora) e Camila Cabete (Rakuten Kobo) falaram sobre como percebem a influência da formação em História em suas trajetórias no mundo do livro. Pois, entre outras pessoas, temos mais duas, com relevantes depoimentos sobre o assunto.
Luara França, editora na Companhia das Letras, formada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto, antes de também obter licenciatura em Letras pela Univ. Estadual do Rio de Janeiro, enxerga com muita clareza a influência do que estudou em seu dia a dia. “O principal é que na faculdade de História a gente aprende a pesquisar. Isso é importante para o mercado editorial. (Na faculdade) jogam na nossa cara que você nunca vai saber tudo, mas que precisa saber encontrar a informação que a precisa. A parte da formação que mais uso, então, é essa habilidade de pesquisar fatos, ir atrás da informação”, revela Luara, que tem mestrado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“Acho também que a formação de História te dá boa noção de narrativa. Fiz Letras também. Mas lá se vê a questão de forma diferente, mais aplicada à ficção. Na História você toda hora tenta entender, ver o mundo por meio de diferentes tipos de narrativa. Como a Chimamanda (Ngozi Adichie, escritora) fala no TED sobre o perigo de uma história única: você precisa de narrativas diferentes pra formar seu próprio todo, dentro de cada indivíduo”, completa.
Editor de duas editoras ao mesmo tempo, Daniel Lameira, além de ter a História como formação, vive também participando ativamente de seu tempo, fazendo história com sua atuação no mundo do livro. “A História fez parte da minha formação como editor menos em conteúdo e talvez mais em forma. O conhecimento da historiografia e descobrir como o que era considerado fonte foi mudando durante os anos e, como a história era menos sólida do que nos mostravam nas escolas, fez que eu me aproximasse do mundo editorial com essa mesma percepção. Essa vontade de desconstruir a forma como se publica, como nos comunicamos, e as diferentes possibilidades que uma história nos entrega é o que sinto ter carregado da formação até hoje”.
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