TRECHOS: Em entrevista à escritora Edla Van Steen, Mário Quintana falou de tradução de livros
Está publicada no livro Viver & Escrever – volume 1 (L&PM, 2008) a entrevista da escritora Edla Van Steen com o poeta Mario Quintana. Em um momento ela pergunta “o que é uma boa tradução”:
“Aquela que segue o estilo do autor, e não o do tradutor. Os períodos de quadra e meia de Proust (sim, o período dele dava volta na quadra) não poderiam ser divididos em pedacinhos, por amor da clareza ou coisa que o valha, como acontece às vezes na tradução castelhana.” – Mario Quintana
Na resposta anterior dessa entrevista, Quintana contou que fez a tradução para a Editora Globo (de Porto alegre, onde ele vivia) da obra de Marcel Proust. Mas não toda.
“Retirei-me do quadro de funcionários da Globo quando, por ocasião de um aumento de salário, eu não fui contemplado, sob a alegação de que me demorava muito na tradução de Proust.”
Mario Quintana punido por demorar a fazer uma tradução! Você acha que foi crueldade com o poeta? Ele teria ficado mais chateado se não tivesse sido substituído nesse trabalho pelos poetas Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.