Vencedores do CLIPOP ganham bolsas na LabPub
Concurso de Literatura Pop promovido pelo selo Seguinte anunciou esse mês os primeiros vencedores, entre mais de 120 obras inscritas.
A Seguinte, selo jovem do Grupo Companhia das Letras, divulgou esse mês o resultado do CLIPOP – Concurso de Literatura Pop. O 1º lugar foi para Pedro Vinícius Dantas e Santos. Ele ganhou um curso EaD da LabPub a escolher. Nathália Lambert Brustolin ficou em 2º lugar. Ela ganhou bolsa integral para o curso EaD ACADEMIA DE AUTORES. E foi premiada em 3º lugar Jéssica Luana Anitelli, com bolsa de 50% também para o curso ACADEMIA DE AUTORES, que trata da escrita literária, mas vai além, apresentando aos autores as possibilidades e o funcionamento do mercado editorial, técnicas de divulgação, gestão de carreira, entre outros assuntos pertinentes.
Uma das avaliadoras do concurso, a editora Nathalia Dimambro nos contou que esta foi a primeira edição e que foram inscritas mais de 120 obras, de todas as regiões do Brasil. Isso considerando as histórias para o público infantojuvenil (de 8 a 12 anos) e jovem adulto (de 13 a 18 anos).
Uma característica importante desse concurso foi o incentivo ao #OwnVoices — movimento que surgiu nos Estados Unidos para valorizar obras com protagonistas que fazem parte de uma minoria da qual o autor do livro também faça parte. “Significa não só buscar obras com personagens diversos e com representatividade, mas dar um passo além, criando oportunidades para autores que pertencem a minorias historicamente invisibilizadas pela sociedade, cujas vozes raramente são ouvidas. Aproximadamente metade das obras inscritas eram #OwnVoices, o que nos deixou muito contentes”, comemorou a editora.
“Queríamos considerar os três vencedores para publicação na Seguinte, mas mais do que isso, nosso objetivo era contribuir com a formação e profissionalização dos autores, por isso os prêmios incluiriam feedback editorial da nossa equipe e cursos da LabPub. O resultado foi muito positivo, ficamos muito orgulhosos dos vencedores e estamos empolgados para trabalhar com os três autores em suas obras. Ainda não sabemos quando será a próxima edição do concurso, mas está nos planos para o futuro”, completou Nathalia.
VOZ AUTORAL
Aproveitando a empolgação, também conversamos com um dos vencedores, Jéssica Anitelli, que nos revela um pouco de seu rico processo criativo.
LabPub — Que significou para você essa premiação? Você já tinha o livro pronto quando foi anunciado?
Jéssica Anitelli — Significou o reconhecimento do meu trabalho. Além da felicidade de ouvir meu nome ser anunciado, fiquei muito aliviada. Uma sensação de que finalmente tinha dado certo. Ter ficado em terceiro lugar na CLIPOP foi um grande passo para a minha carreira, me deu muito orgulho. Escrevi esse livro no final de 2015. De lá para cá, foram várias releituras, reescritas, adequações e por aí vai. Ele ficou realmente pronto em 2018. Quando a CLIPOP foi anunciada, eu tinha certeza de que enviaria esse livro para eles, afinal se encaixava perfeitamente na proposta do concurso. Então foi só imprimir e enviar. O pessoal da Seguinte comentou que meu livro foi o primeiro a chegar na editora.
LabPub — Quais suas principais influências na literatura?
Jéssica Anitelli — Acho que como muitos da minha geração foi Harry Potter. Cresci lendo esses livros, o que despertou a primeira vontade de escrever. Mas o que foi o grande marco da minha adolescência foi ler o livro “Os sete”, do André Vianco. Aos 16 anos, era o primeiro livro de fantasia ambientado no Brasil que eu lia, e fiquei encantada com as possibilidades que isso me abriu. Ali eu tive certeza de que queria escrever e ambientar todas as minhas histórias no Brasil.
LabPub — Fale de seu livro, por favor, e de como foi o processo de criação dele.
Jéssica Anitelli — Comecei a roteirizar A química entre nós em 2014. Eu havia acabado de escrever outro livro com um tema mais pesado, uma família totalmente desestruturada. Então queria algo leve, engraçado, totalmente ao contrário do que havia criado anteriormente, mas que também pudesse discutir alguns temas que considero importantes, ainda mais para o público jovem adulto. Montei as fichas das personagens, listei os temas que iria tratar, como machismo, feminismo e cyberbullying, e comecei a pensar como seria a dinâmica da família do Felipe, o protagonista. Desde sempre eu sabia que seria um menino negro com pais professores e que ambos estariam trabalhando na mesma escola em que o Felipe estuda. Essa era a minha ideia principal: um adolescente no terceiro ano do Ensino Médio com os pais dentro da escola para o desespero dele. A partir daí, montei os capítulos. Sempre escrevo tudo em um caderno, todos os capítulos e acontecimentos, o que me ajuda a enxergar a história por completo antes de dar início à escrita. Com tudo pronto, conhecendo a história do Felipe do começo ao fim, sentei para escrever, algo que deve ter durado cerca de dois meses, mais ou menos. O resultado final foi um livro engraçado, com brincadeiras na escola, dramas da adolescência, amizades para uma vida toda e descoberta de um amor onde se menos esperava.