E o Nobel de Leitura vai para…
Taty Leite, do Brasil, claro! Nobel de Leitura ainda não tem, mas devia. Não há literatura, livro, editora, nada nada, sem leitores. E essa pequena notável é uma gigante na questão.
Ela é uma grande leitora. Uma leitora em voz alta, que não incomoda, pelo contrário: pedimos, imploramos, que nos conte o que anda lendo. Por isso existe o ‘Vá ler um livro’, que podemos chamar de canal de YouTube, mas é bem mais, é uma ação que se espalha dentro e fora da internet. ‘Vá ler um livro’, que criou e mantém com Augusto Assis, é empreendimento baseado em humanidade e generosidade, esse de propagar da forma mais simples e atraente a literatura brasileira. Tatiany Leite, Taty Leite. Cara de muitas coragens. Entre elas, a de expor situações difíceis que vivencia porque acredita no compartilhar para amenizar a dor de todos, não só a dela. Mas esse derramamento de admirações dá lugar agora a uma conversa de pouca pergunta e muita resposta. A ideia é permitir que a mente privilegiada dessa importante professora e divulgadora da literatura voe livre.
LabPub – Ensino ou iluminação?
Taty Leite – Acho que a iluminação tem um risco por ser autocentrada. E se eu acordar um dia e concordar com o Bolsonaro, chamando isso de iluminação? O ensino envolve social, pessoas, professores, empatia, outras vidas que não só a sua. Então, ensino.
LabPub – Princípios ou resultados?
Taty Leite – Princípios. Acho que essa é a primeira lista que um ser adulto tem que fazer sobre si mesmo: Quais são meus princípios? Isto é, qual é meu limite? E, bom, espero que eles sejam bons, mas sou romântica.
LabPub – Conto ou romance?
Taty Leite – Difícil, acho que cada um tem sua hora. Mas, seria hipocrisia falar que li ambos na mesma proporção, então romance. Até porque se eu fosse levar um livro pra uma ilha deserta, preferiria este estilo narrativo.
LabPub – Piano ou violão?
Taty Leite – Tendo a dizer violão porque tenho uma tatuagem do Legião Urbana e sou a favor do cara que salva reuniões em grupos. Mas, piano é algo que me causa um misto de comoção, inveja, alegria, tristeza e sensibilidade.