Muito além da live
por Cassia Carrenho
As possibilidades do EAD no mercado editorial são muito mais do que uma ferramenta de emergência no momento da crise. Escute aqui, conheça melhor, vamos conversar!
Vivemos um momento único. Um vírus mudou nossa rotina. Escolas fechadas, boa parte das pessoas em home office. O que antes era sempre visto com certo desdém ou última opção, virou a salvação: o ensino a distância.
Logo na primeira semana, a escola dos meus filhos, que nesse ano já estava toda digital, começou a mandar exercícios e links para aulas ao vivo. Agora, toda vez que passo pela sala, preciso perguntar se as câmeras estão ligadas… São três estudantes!
Aqui na LabPub, não cancelamos nenhum curso, mas tivemos que readaptar e usar nossa plataforma de um novo jeito, com os professores transmitindo diretamente das suas casas.
Engraçado pensar, já não poderíamos estar usando isso muito mais? Precisou um momento extremo para pensarmos no que já era muito mais acessível.
Mas, sim, nem todas as escolas têm capacidade digital, a maioria das empresas só usava o “a distância” para reuniões. Falta tecnologia, conhecimento, né?
Bom, após algumas semanas da quarentena, ouso dizer que nos faltava visão! Isso mesmo, porque o que mais vi nesses dias foram pessoas rapidamente descobrindo ferramentas de transmissão ao vivo, plataformas gratuitas e formatos diferentes. Tudo isso para nos reaproximar fisicamente (nem vou entrar nesse assunto, poderia “filosofar” por horas aqui), manter a produtividade e a hora do cafezinho.
Então, e agora? Todos já estão aproveitando do digital, do EAD?
Não. E aqui o recado é para as editoras. O digital é muito além do gratuito e lives nas redes sociais. “Tenho medo de abrir a geladeira e encontrar uma live”, dizia um meme que recebi. É isso, a solução imediata foi intensificar o que já se usava do digital, o que na minha visão, é bem pouco! O resultado: lives gratuitas a todo momento!
Mas, vamos lá. Será que seu autor agora não tem mais tempo para dar palestras virtuais? Num ambiente profissional, com interação que vai além de coraçõezinhos? Os profissionais da sua editora não poderiam criar cursos rápidos, com começo, meio e fim, com certificados? Um belo de um lançamento virtual, com autores internacionais que nunca poderiam vir ao Brasil, com um mediador, com a possibilidade dos fãs interagirem ao vivo?
E aqui entra o EAD verdadeiro. EAD não é só escola. Ensino a distância pode partir de um autor, de uma editora, de qualquer empresa.
Eu espero que todo esse momento passe. Mas também espero que a gente aprenda a pensar fora da caixa, ou melhor, de dentro de casa, com todas as possibilidades tecnológicas que temos.