Acima de tudo, humanidade
Nessa entrevista o diretor comercial da Editora Planeta, Gerson Ramos, revela ações e princípios para adequar o funcionamento da empresa à preservação da saúde das pessoas.
Violeiro sempre afinado, Gerson Ramos vai encontrando o tom do trabalho na Editora Planeta durante a crise do novo coronavírus no Brasil. O ritmo é o necessário agora: manter as pessoas em casa, incentivar o recolhimento social nos próximos meses e adequar as ações comerciais da empresa ao possível neste cenário de emergência de saúde pública. Criatividade e bom ouvido se destacam na crise.
Na foto, Gerson Ramos durante entrevista ao programa PublishNews Entrevista, em 2019.
LabPub – Como tem feito para se proteger, manter o trabalho nesse momento e ao mesmo tempo a sanidade mental?
Gerson Ramos – Na Planeta desde que as notificações dos casos começaram a surgir começamos a nos preparar para trabalhar em home office. Com isso conseguimos manter um mínimo de rotina de reuniões online e acompanhamentos de ações. Estabelecer objetivos realistas e manter contatos regulares e frequentes, utilizando vídeo-conferências ajuda a criar a sensação de contato e regularidade. Recomendo também usar o telefone, não apenas para mensagens de WhatsApp, mas ligar diretamente para a pessoa com quem precisa tratar um assunto e, sempre, se for a primeira vez que fala com esta pessoa após mais de um dia, cuidar de saber se com quem você está falando está tudo bem, com a família e as pessoas próximas. Manter a humanidade é a melhor receita para a sanidade
LabPub – Você já atravessou outros momentos de instabilidade política, econômica e social na sua trajetória. consegue tirar algum ensinamento desses momentos que talvez possam ser usados agora?
Gerson Ramos – Qualquer comparação deste momento com outros que vivi em quase 40 anos de mercado é praticamente impossível. Mas uma regra vale para todos os momentos de instabilidade. Não existe saída milagrosa. Encontrar o ponto de equilíbrio entre agir com criatividade sem sair tomando medidas a esmo e saber esperar a hora de agir é o maior desafio. Algumas empresas nesse momento estão decidindo como administrar corretamente a situação para poder retomar a operação normalmente daqui 90 ou 120 dias. Outras estão buscando resolver problemas de caixa para já. O que vale para uma, não vale para outra. Fundamental é que cada uma saiba exatamente qual o seu cenário e aja de acordo com esta perspectiva. Esta crise tem características que podem implicar em perdas de vidas. A receita para quem está no primeiro cenário não serve para a segunda e assim respectivamente. Mas preservar vida vale para todas. Por isso, façam o que fizerem, #FiquemEmCasa.