Um poderoso imã chamado livro
Editora e redatora na Agência Senado, portal de notícias, Mayra Cunha é uma das alunas mais participativas na PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO EDITORIAL na LabPub. Ela e sua gata Margarida. Como a paixão pelos livros vaza por todos os poros do corpo, um tempo atrás Mayra foi convidada para produzir uma coluna semanal no programa “Autores e Livros” da Rádio Senado. O programa é dedicado à literatura e nessa coluna ela tem ” total liberdade para indicar livros, falar sobre questões ligadas ao assunto e comentar algumas coisas que jugar pertinentes”. Mas essa paixão pelos livros é um imã ainda mais forte, que está atraindo a jornalista para esse mundo nosso da produção mesmo do livro. Ela e Margarida, claro.
LabPub – Pode revelar um pouco das suas experiências e desejos no meio
editorial?
Mayra Cunha – Eu mantive um blog por 12 anos, onde escrevia crônicas sobre minha vida (de 2002 a 2014). Vários motivos me fizeram ir parando de escrever e tirar o blog do ar. Sempre li muito mas não tinha tido a oportunidade de colocar isso em prática como agora no programa. Trabalho no Senado há 18 anos e “viver do mundo político” dá uma canseira danada, como você pode imaginar. Esse convite pro programa me fez pensar em projetos paralelos na área da literatura, que me levou à pós da LabPub. Tenho várias coisas em mente pro futuro, ligadas à área, mas ainda não coloquei nenhum em prática. Estou aproveitando o curso justamente pra entender onde focar pra não sair atirando pra todo lado. Entre esses projetos, há um livro a ser escrito, estímulo à leitura de crianças e jovens, uma biblioteca colaborativa e um espaço de discussão (ano passado conduzi algumas rodas de conversa sobre literatura erótica que deram bastante certo, num espaço que fechou e pretendo levar pra outro lugar). Meu pai também é jornalista e tinha um programa na TV Câmara sobre literatura (A Casa da Palavra) e se aposentou há um mês. Temos conversado muito sobre fazermos algo em conjunto. Meus pais são leitores ávidos e me iniciaram desde pequena ao hábito da leitura.
LabPub – Como você observa que as pessoas, em geral, que consomem livros mas
não fazem parte do meio de produção de livros, entendem o processo de
publicação? Até que ponto as questões da edição de livros são conhecidas
pelos consumidores/leitores, na sua opinião?
Mayra Cunha – Olha, até eu que consumo literatura, sou da área de humanas e já pesquiso o meio literário há algum tempo, descobri o tanto de ideias equivocadas que eu tinha. Percebo que as pessoas leitoras que não sabem nada do processo, acham que é a coisa mais simples, fácil e rápida de se fazer. Pra ter uma ideia, comentei com uma amiga sobre a pós e meus projetos futuros e, em duas semanas, TRÊS pessoas me procuraram porque minha amiga disparou a fazer “propaganda” de que eu não só publicaria livros como também escreveria biograficas. kkkkkkkkk. Então acho que isso é um sintoma da falta de conhecimento do processo real. Sem dúvida, publicar um livro hoje é bem mais fácil que há uns 15 anos, mas sempre existirão obstáculos.
LabPub – Gata Margarida tornou-se um dos símbolos das relações que brotam dos cursos da LabPub. Fale mais dela, por favor.
Mayra Cunha – Hahahahahaha. A Margarida está comigo vai fazer três anos. Até o momento, é a dona da casa, pois não possuo outros animais de estimação. Como minha casa tem muitos livros, ela vive deitada por cima deles. E como, também, trabalho muito no computador, acho que o brilho da tela provoca um certo fascínio pra ela, que se “aboleta” no meu colo sempre que sento pra fazer qualquer coisa (o que inclui as aulas da pós). Ela é muito amável, dócil e carente. Foi abandonada em um contêiner de lixo ainda filhote e encontrada por uma amiga da minha irmã. Foi amor à primeira vista quando vi a foto dela e decidi adotá-la. Essa coisa do brilho da tela também serve pro celular. Vivo tirando fotos dela e ela faz poses. Hahahahaha. No Instagram eu criei a hashtag #agatamargarida pra achar as fotos dela com mais facilidade (tem que clicar em “recentes”). Eu nem usava muito o Instagram, depois dela várias pessoas passaram não só a acompanhar as fotos como a perguntar por ela quando me encontram. É mais conhecida que eu nas redes sociais. kkkkkkkk.
Abaixo, alguns links que a Mayra deixou para quem quiser escuta-la no programa “Autores e Livros” da Rádio Senado.
Link geral – https://www12.senado.leg.br/radio/1/autores-e-livros
Link do podcast no Spotify (programas de 2019 e 2020):
https://open.spotify.com/show/1iNo11tx5IOUTSDNzajrQJ
Minha coluna é logo a primeira, então é só dar play e ouvir a abertura do programa e a chamada para “Livro de Cabeceira”.
Falo sobre literatura erótica de um modo geral:
https://www12.senado.leg.br/radio/1/autores-e-livros/nei-lopes-fala-do-rio-de-janeiro-da-periferia-e-da-negritude-no-seu-ultimo-romance-201cagora-serve-o-coracao201d
Estive na Fliaraxá do ano passado com uma amiga de férias e entrevistamos o Valter Hugo Mãe, homenageado de 2019. Eu comento aqui o evento de maneira geral:
https://www12.senado.leg.br/radio/1/autores-e-livros/grande-nome-da-literatura-em-lingua-portuguesa-valter-hugo-mae-fala-ao-autores-livros
Aqui eu entrevisto o Antonio Prata, na Fliaraxá do ano passado:
https://www12.senado.leg.br/radio/1/autores-e-livros/a-cronica-de-antonio-prata
Falo de “A Honra Perdida de Katharina Blum”, de Heinrich Boll:
https://www12.senado.leg.br/radio/1/autores-e-livros/obra-de-toni-morrison-une-militancia-e-apuro-estetico
Falo sobre “Jovita Alves Feitosa”, de José Murilo de Carvalho:
https://www12.senado.leg.br/radio/1/autores-e-livros/a-polemica-bishop-na-flip-2020